Semana 16 | Revista O Meu Bebé

Semana 16

Semana 16

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Já está na 16ª SEMANA 
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BEBÉ
As suas pernas já são mais longas do que os braços e o bebé mexe-as continuamente. As expressões no seu rosto já se podem observar (aperta os olhos, torce os lábios, etc.), o seu pescoço alonga-se e pode virar a cabeça para a esquerda e para a direita. Se for uma menina, formam-se os óvulos nos seus ovários.


MAMÃ

 Durante esta semana algumas mulheres “notam” os movimentos do bebé pela primeira vez, como se fosse um leve bater de asas. Isto acontece quando não se trata da primeira gravidez ou se a mulher é magra.

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X DESENVOLVIMENTO X

Inteligente antes de nascer

Sabia que a mente do bebé começa a desenvolver-se já no interior do útero? Tal permite o desenvolvimento de uma série de competências que facilitam a sua adaptação ao mundo exterior. É o que os especialistas chamam de inteligência fetal.

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Desde que existe a medicina moderna, sabemos que um bebé nasce com uma estrutura cerebral completamente desenvolvida do ponto de vista físico, preparada para receber dados, sentimentos e memórias. No entanto, só há algumas décadas é que compreendemos que a mente do recém-nascido não é, de modo nenhum, uma folha em branco.

> Pelo contrário, graças às técnicas de ecografia cada vez mais avançadas, descobriu-se que a vida “interior” do ser humano começa muito antes do parto, talvez já nas primeiras semanas de gestação. Tanto assim é que os especialistas falam de uma “inteligência fetal”. Será um exagero? Nada disso, desde que não se atribua a este termo características próprias dos adultos, tais como pensamento consciente e raciocínio.

Por otro lado, se definirmos inteligência como a capacidade de resolução de problemas e de adaptação ao ambiente que nos rodeia, podemos dizer, sem reservas, que o bebé, mesmo recém-nascido, é inteligente.

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ESTIMULAR OS SEUS SENTIDOS
> A mente nutre-se de estímulos, e isto apenas é possível graças à presença de órgãos sensoriais. Não é em vão que os sentidos se desenvolvem de maneira excecionalmente precoce (excluindo a visão, o instrumento menos útil no ventre materno). Em relação ao tato, os recetores da pele aparecem à volta da boca a partir das sete semanas, e ainda durante o período embrionário forma-se o nervo olfativo. A partir da oitava semana, os recetores do gosto aparecem na ponta da língua e o órgão do ouvido começa a desenvolver-se. O nervo ótico forma-se a partir das sete semanas de gestação, mas a manifestação da funcionalidade visual só acontece entre os quatro e os seis meses.

> Os sentidos são uma janela para o mundo através da qual os estímulos e a informação chegam ao futuro bebé, ajudando-o a construir a sua estrutura mental e o seu sistema nervoso. Mas os órgãos sensoriais apenas se continuam a desenvolver se receberem estímulos. Por este motivo, é benéfico a mãe e o pai manterem uma relação ativa com o bebé, falando-lhe, acariciando-o e pondo-lhe música.

MOVO-ME, LOGO EXISTO
> O psicopedagogo Jean Piaget classifica a psicomotricidade como a primeira inteligência. Através da capacidade de efetuar gestos e de se mexer no seu pequeno espaço, o feto não se limita a ter comportamentos de simples reação ou defesa própria: por volta das 12-13 semanas de gravidez começa a fazer algo criativo como “explorar” o seu rosto ou o cordão umbilical com as mãos. E, se os movimentos eram gerais e caóticos na idade embrionária, ao longo das semanas tornam-se mais específicos e focados.

Esta atividade motora é um treino para o nascimento, para o esforço que o bebé terá de realizar ao atravessar o canal de parto, bem como para outros momentos posteriores. Por exemplo, os atos de sucção e deglutição, visíveis a partir das 12-13 semanas, preparam-no para a lactância e para a respiração. Entre as 15 e as 20 semanas, enquanto o cérebro se prepara para se formar definitivamente do ponto de vista celular, os movimentos tornam-se mais harmónicos e programados.

O feto parece ter soluços, sorrir e chorar. Durante o sono REM, que aparece no final do segundo trimestre, adota expressões de medo, alegria ou raiva. O bebé não conhece essas emoções mas habitua o corpo a manifestá-las no futuro.

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PRIMEIROS PASSOS PARA A AFETIVIDADE
> O sono REM, caracterizado pelos movimentos rápidos dos olhos, é uma fase de máxima atividade psíquica durante o sono, na qual o cérebro classifica e reorganiza os dados armazenados durante a vigília,  reelaborando as experiências vividas. Mas quais são as vivências de um bebé fechado numa bolsa de líquido amniótico? Provavelmente uma série de sensações de tato, olfato, gosto e audição, para além do enorme vínculo de amor que une o bebé e a mãe. Dois seres unidos em um, que partilham sensações, emoções, e constituem ao mesmo tempo uma unidade que se vai desdobrando, mês após mês, num crescimento que tem como meta a separação final. Esta relação pressupõe um aspeto da inteligência que terá uma enorme importância quando adulto: a inteligência afetiva e emocional.

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CAPACIDADE DE SE MOVER
> Se observarmos um recém-nascido constatamos que os seus gestos não são coordenados, e que os braços efetuam movimentos espasmódicos em ziguezague. Por outras palavras, os seus movimentos não são intencionais mas sim automáticos. Só aos cinco ou seis meses de gestação é que o bebé começa a ganhar harmonia nos gestos e a decidir voluntariamente os seus próprios atos, como por exemplo levar o polegar à boca para o chuchar.

Um estudo demonstrou que, a partir das 22 semanas de gravidez, o feto realiza atividades que indicam a presença de uma consciência e vontade precisas, especialmente quando aproxima a sua mão dos lábios ou dos olhos. Em suma, a capacidade motora do feto parece ser superior à do recém-nascido. Como é possível? Isto demonstra-nos que, em grande parte, o desenvolvimento da mente se dá antes do nascimento. Depois deste acontecimento, assiste-se a uma espécie de regressão que tem uma explicação lógica: a criança, que treinou a sua musculatura num ambiente fluido e apertado, quando enfrenta a gravidade e a ausência de referências espaciais, tem de aprender novamente a mover-se.

Concluindo, aos olhos da ciência, o nascimento é um salto vertiginoso entre dois universos muito diferentes: o ventre materno e o mundo exterior. O crescimento de um indivíduo é linear e progressivo, e começa a sê-lo muito antes do parto.

X SAÚDE X

Tantas dúvidas!

À medida que a sua gravidez avança, é normal que surjam novas dúvidas sobre aquilo pelo que está a passar. Encontrar as respostas adequadas irá ajudá-la a sentir-se mais preparada e consciente para viver este grande acontecimento.

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Esta é a minha primeira gravidez e, há algumas semanas, noto pequenas perdas de leite. Porque é que isto acontece?
> Trata-se de algo completamente fisiológico, relacionado com o início da gravidez e com a produção de hormonas, entre as quais se encontram os estrogénios, a progesterona, a relaxina e a prolactina. Esta última está sempre presente no corpo da mulher, mas durante a gravidez aumenta, até ao ponto de haver algumas perdas entre os quatro e os cinco meses da gestação. Estas perdas, de um líquido chamado colostro, são totalmente indolores. Porque acontecem? Porque as mulheres são biologicamente predispostas para a amamentação e produzem hormonas específicas durante os nove meses, embora nem sempre estas impliquem perdas de colostro.

> A secreção de colostro dá-se até ao fim da gravidez mas, imediatamente a seguir ao parto, a produção aumenta significativamente. Segundo as recomendações dos especialistas, o bebé deve começar a mamar o mais depressa possível após o nascimento. Se não há complicações, a primeira amamentação deve acontecer logo na sala de partos ou nas 3-6 horas posteriores ao nascimento. Esta medida aumenta a produção (já ativa) do colostro, que se mantém durante uns dias até aparecer o leite e a sua maturação.

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É necessário ter algum tipo de precaução nas relações sexuais durante a gravidez?
> A atividade sexual é absolutamente normal e fisiológica também durante a gestação, e é uma forma de manter viva a relação do casal. Quando o volume da barriga aumentar será preciso encontrar posições confortáveis para os dois, mas é importante saber que as relações não põem em perigo a saúde do bebé, que está protegido pelo líquido amniótico contido no saco que possui o mesmo nome.

> Por motivos psicológicos, é possível que o casal tenha relações com menos frequência. A futura mãe pode sentir-se “ocupada” e pouco disposta. O companheiro também pode ter a sensação que, de certo modo, a mulher se sente “travada”.

> Apenas em alguns casos, a atividade sexual pode ser contraindicada por motivos médicos. Por exemplo, no caso de malformação congénita da vagina ou por infecções concretas (Candida ou tricomonas) que devem ser diagnosticadas e tratadas. Existem poucas contraindicações devidas a patologias específicas da gravidez, como a inserção anómala da placenta ou placenta prévia, ou ainda a incompetência istmo-cervical (o fecho incorreto do colo do útero), que implicam o risco de um parto prematuro.

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Posso ter um parto natural se o bebé estiver sentado (apresentação pélvica), ou é sempre aconselhável recorrer à cesariana?
> Quando o feto se encontra numa posição anómala (neste caso oposta à fisiológica, ou seja, à posição cefálica), é geralmente requerida uma intervenção cirúrgica com cesariana. O principal problema do parto podálico é o facto de a última parte a sair do corpo da mãe ser a cabeça do bebé. O cordão umbilical, que une o feto e a placenta, pode comprimir-se entre a pélvis materna e a cabeça do bebé, o que poderá provocar sofrimento fetal, razão pela qual se aconselha a cesariana. No entanto, isto não acontece se o parto for prematuro, por exemplo no sétimo mês, e se a mulher chegar ao hospital com uma dilatação do colo do útero avançada ou completa. Neste caso, o parto é acompanhado normalmente, já que a cabeça do bebé (de pequeno tamanho) reduz o risco de compressão do cordão umbilical. De qualquer modo, se uma mulher desejar evitar a cesariana, pode falar com a parteira ou com o ginecologista, de modo a avaliar-se a possibilidade de um parto vaginal. Depois de se informar sobre todos os riscos, vantagens e possíveis complicações, a mãe pode decidir que um médico especialista neste campo tente virar o bebé através de uma manobra manual.

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Espero gémeos, mas gostaria de ter um parto vaginal. Quais são os problemas que podem surgir?
> Geralmente, numa gravidez de gémeos recorre-se à cesariana, porque quase sempre uma das crianças encontra-se em posição podálica. A primeira poderia nascer de modo natural, mas o risco diz respeito à necessidade de efetuar uma cesariana com a segunda criança, e por isso muitos médicos preferem nem sequer deixar que a dilatação se inicie. Igualmente, uma dilatação prolongada e uma excessiva distensão da cavidade uterina poderiam levar a mãe a sofrer uma atonia pós-parto. De resto, é difícil que uma gravidez de gémeos chegue a termo completo. Como tal, quer no caso de uma cesariana programada, quer numa dilatação espontânea, é conveniente que o parto se dê num hospital com departamento de obstetrícia e ginecologia, assim como uma unidade de neonatologia, para poder gerir as possíveis complicações. No entanto, também existem algumas exceções, e dão-se casos de partos espontâneos de gémeos numa gravidez a termo completo. Nestes casos específicos há questões a ter em conta: em primeiro lugar a decisão da mãe de ter um parto vaginal,  em segundo lugar, o facto de os bebés não pesarem demasiado e se econtrarem em posição cefálica.

Tenho medo de sofrer no parto. O que é mais eficaz para reduzir a dor?
Se a futura mãe tiver uma parteira ao seu lado durante a gravidez e mais tarde na dilatação, saberá que pode contar com a sua presença, que a pode ajudar a ter um melhor controlo sobre a perceção da dor.

> Por outro lado, existem métodos naturais, sem medicação, entre os quais se encontra a possibilidade de andar e adotar posições específicas para atenuar a sensação de dor. Também se pode optar por efetuar a dilatação na água ou utilizando objetos como uma bola ou um banco, que ajudam a suportar o sofrimento de modo ativo. Evidentemente que pode pedir a anestesia epidural. Neste caso será um parto natural ainda que medicalizado. Isto não significa que não possa dar à luz por via vaginal, mas sim que lhe será aplicado um cateter; que o controle da frequência cardíaca do bebé e das contrações será mais exaustiva; e que a dilatação será mais prolongada. No entanto, o efeito da anestesia é subjetivo; nem todas as mulheres o sentem da mesma forma.

> De todos os modos, pode experimentar iniciar o parto natural, para verificar se a dor da dilatação é realmente insuportável ou se é possível utilizar técnicas naturais. No caso de ser demasiado duro, pode pedir a intervenção do anestesista para receber a epidural na segunda fase do parto.


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A amniocentese em 8 perguntas

Trata-se de um exame invasivo que pode ser efetuado já nesta semana da gravidez. O seu ginecologista pode aconselhá-la consoante os resultados do triple screening, para que possa confirmar ou excluir a possibilidade de uma anomalia cromossómica.

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1 EM QUE CONSISTE?
> É uma técnica invasiva de diagnóstico pré-natal e consiste na extração de líquido amniótico 
(cerca de 20 mililitros), para estudar a herança cromossómica do feto. Tal é possível porque o líquido amniótico contém células provenientes das superfícies epiteliais do feto.

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2 QUANDO E COMO É REALIZADO?
> No segundo trimestre, nas 15-18 semanas de gestação. 
Nessa altura, o volume de líquido amniótico do útero é de 150-250ml e pode ser extraído sem um risco excessivo, uma quantidade de 15-30ml é suficiente para efetuar uma cultura celular. A extração do líquido amniótico é obtida atravessando a parede abdominal com uma agulha fina (0,7-0,9mm), com um contínuo controlo ecográfico para que o feto não sofra qualquer consequência. A quantidade extraída é colocada em provetas esterilizadas e depois centrifugada. O sedimento resultante é composto de células fetais e realiza-se uma cultura para análise cromossómica, enquanto que o líquido restante é usado para dosear a alfa-fetoproteína, que serve para diagnosticar as anomalias do tubo neural (por exemplo, a espinha bífida). O exame dura aproximadamente dez minutos, mas a ponta da agulha apenas permanece no saco amniótico durante 20 segundos no máximo.

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3 QUAIS SÃO OS RISCOS?
> O risco de aborto por consequência da amniocentese é de aproximadamente 1%.
As complicações imediatas após a extração são pouco habituais: infecção do líquido amniótico (menos de um caso em cada mil) ou perda de líquido por rotura do saco (um em cada cem) são principalmente devidas à contaminação da agulha pela flora cutânea ou intestinal. Os sinais iniciais são leves (febre não elevada e sintomas de gripe), porém, se forem ignorados, podem resultar numa grave infecção que pode alastrar.

4 O QUE É QUE “ANALISA”? 
> Tal como a biopsia de cório, permite estudar as anomalias cromossómicas 
(como a síndrome de Down, a trissomia 18 e a síndrome de Turner). Também é indicada para detetar doenças hereditárias que afetam apenas um gene (monogénicas), ainda que nestes estudos seja preferível recorrer à extração das vilosidades do cório, já que é necessária uma grande quantidade de líquido amniótico. Entre as doenças hereditárias monogénicas pode-se descobrir a presença de fibrose quística, a surdez congénita e a síndrome X frágil. Porém, os genes destas doenças também podem ser descobertos antes da conceção, através do estudo do ADN dos pais.

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5 A AMNIOCENTESE É DOLOROSA?
> Normalmente a introdução da agulha provoca um incómodo semelhante ao da extração de sangue 
no braço. Durante e após o exame, a futura mãe nota uma leve dor, parecida à da menstruação, cuja intensidade é rapidamente atenuada.

6 DEVE TER PRECAUÇÕES ESPECIAIS ANTES E DEPOIS DO EXAME?
> A amniocentese não requer jejum nem exige tomar líquidos para ter a bexiga cheia. Depois de efetuar o exame, pode fazer a sua vida normal: não é necessário um tratamento específico, antibióticos ou antiespasmódicos como prevenção de possíveis contrações. A dor sentida pelas mães após a extração (que por vezes dura muito tempo) não é provocada por espasmos da musculatura uterina. Assim como acontece com qualquer punção, o incómodo pode provocar lesões, mais ou menos acentuadas, nas terminações nervosas do músculo. Neste caso, o uso de fármacos antiespasmódicos (unicamente prescritos pelo ginecologista) pode ser útil: o medicamento tem uma ação sedativa sobre o sistema nervoso central e reduz a sensação de dor. Dois ou três casos em cada cem podem sofrer ligeiras perdas de sangue vaginais nas horas ou dias posteriores à extração. Não se trata de uma ameaça de aborto e o repouso e a higiene íntima cuidadosa são as únicas precauções que deve ter para que tudo volte à normalidade (ainda que seja recomendável entrar em contacto com o centro no qual fez a amniocentese, assim como com o ginecologista). Depois do exame deve evitar ter relações sexuais durante alguns dias.

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7 QUANDO É OBTIDO O RESULTADO?
> O resultado está disponível em 15-20 dias. 
Hoje em dia, é possível obter uma análise rápida das células do líquido amniótico com uma técnica específica chamada FISH (Fluorescence In Situ Hybridization) sem precisar de esperar o resultado da cultura. Utilizando sondas de ADN para os cromossomas X, Y, 13, 18 y 21, é possível identificar as anomalias mais comuns em 48 horas, com resultados que se podem sobrepor ao cariótipo habitual das células de cultura.

8 QUAL É A PERCENTAGEM DE FIABILIDADE?
> O grau de confiança é superior a 99,9%. 
O erro da análise cromossómica ou do ADN é uma exceção. Um resultado negativo falso, por exemplo, que indica ausência de anomalia cromossómica e que na verdade está presente, é produzido em menos de um caso em cada dez mil. As falhas verificadas em culturas são extremamente raras (0,2-0,6% dos casos) e, geralmente, são devidas a uma quantidade insuficiente de células recolhidas, à incapacidade de desenvolvimento das mesmas em cultura ou como consequência de contaminação. Relativamente à biópsia do cório, a extração de líquido amniótico é tecnicamente mais fácil e os erros causados por indisponibilidade de material são menos frequentes.

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5 truques contra a prisão de ventre

A prisão de ventre é um problema frequente durante a gestação. Se já começou a sofrê-lo, trazemos-lhe cinco conselhos para a ajudar.

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> No geral, a obstipação é considerada um problema fisiológico da gravidez, que afeta cerca de 50% das futuras mães. As causas são várias: a primeira relaciona-se com o aumento da progesterona, que provoca um relaxamento muscular geral. Já que na sua maioria o intestino é formado por músculos, a sua mobilidade é reduzida, com a consequente lentidão da passagem das fezes. Para além de que, no final da gravidez, o tamanho do útero exerce uma forte pressão sobre o cólon, especialmente no reto, formando um obstáculo à passagem das fezes. A estes fatores junta-se a formação de hemorroidas, provocadas pelo aumento da estase venosa ao nível do plexo hemorroidal. Resumindo, instala-se um círculo vicioso, já que a prisão de ventre resulta na expulsão de fezes duras que favorecem o aparecimento das hemorroidas e estas, por sua vez, fazem adiar a ida à casa de banho pela dor que provocam. Deste modo, o problema vai-se agravando. Então, o que se deve fazer?

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1 BEBER ÁGUA E INFUSÕES
> O primeiro conselho diz respeito à quantidade de água que deve beber; pelo menos um litro de água por dia.
Os líquidos hidratam as fezes que, ao amolecerem, se expulsam mais facilmente. Para além do facto de que beber estimula a diurese, o que facilita a eliminação de bactérias que se podem estancar a nível da ampola retal e da bexiga, reduzindo o risco de infecção intestinal e vesical.

A que bebidas devemos dar preferência? Sobretudo água, mas também infusões (acordadas com o ginecologista) e sumos de fruta sem açúcares adicionais. Para estimular a evacuação é recomendável beber um copo de água morna ou quente, de manhã, em jejum.

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2 FIBRA À MESA
> A fibra não se pode digerir e, como tal, não é absorvida.
Por consequência, o organismo trata de a eliminar beneficiando-se do seu efeito positivo, especialmente para a última parte do intestino. A fibra encontra-se de forma abundante nos vegetais, fruta, legumes e cereais integrais, Entre as variedades de fruta mais ricas em fibra está o kiwi, ameixas (principalmente secas) e, de modo geral, a fruta cozida, como as maçãs e as peras, que incrementam a afluência de água. Os frutos oleosos como as amêndoas, nozes, avelãs e as sementes como o linho são bastante eficazes. Devem ser consumidas preferivelmente trituradas ou esmagadas para que sejam mais digestas.

3 PROBIÓTICOS PARA A FLORA
> De modo indireto, os probióticos podem funcionar:
não acabam com a obstipação mas podem ajudar em caso de estancamento das fezes na ampola retal, onde se pode produzir um aumento de bactérias patogénicas. Os probióticos restabelecem o equilíbrio da microflora intestinal, introduzindo bactérias “benéficas” que protegem o intestino de possíveis infecções.

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4 PRATICAR EXERCÍCIO
> Outra opção é a de praticar um pouco de atividade física diariamente.
O exercício melhora o funcionamento do cólon e a sua mobilidade. Não é preciso um desporto em concreto, basta que dê um passeio todos os dias, convertendo a caminhada num hábito.

5 SIM AO PSÍLIO
> Pode utilizar complementos de fibra solúvel, como o psílio.
Este faz parte dos chamados mucilaginosos. A mucilagem é uma substância gomosa que, em contacto com a água, incha e cria uma massa que aumenta a necessidade de empurrar, favorecendo a evacuação. Pode encontrá-los à venda nas farmácias, em saquetas cujo pó se dissolve em água para tomar duas ou três vezes por dia. Os efeitos notam-se aproximadamente ao fim de uma semana e este é um remédio que pode usar durante toda a gravidez.

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Desporto na gravidez: escolha o seu!

Se o seu ginecologista o permitir, já pode começar a praticar exercício físico, moderada e suavemente. Que exercício deve escolher?

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> Quando engravida não tem porque deixar de praticar desporto. Pelo contrário. A atividade física durante os nove meses de gestação beneficia a saúde da mãe. O exercício diminui as tensões físicas e emocionais e também permite um maior conhecimento sobre o próprio corpo, algo fundamental para o parto. Em resumo, a atividade física traduz-se em crescimento, plenitude física e psíquica.

> Evidentemente que deve ser moderada e regulada pelo ginecologista, que irá definir o tipo de atividade adequado para cada caso. Em relação à escolha de um curso, o ideal é procurar atividades específicas para mulheres grávidas, já que costumam prestar especial atenção à preparação para o parto e às limitações da gravidez em determinados exercícios. Se estiver indecisa na escolha do tipo de atividade física, não se preocupe. A seguir encontrará a descrição de seis atividade adequadas para o período de gravidez. Será que consegue escolher apenas uma?

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STRETCHING
> O stretching é um tipo de ginástica concebida para estimular o alongamento e relaxamento dos músculos de todo o corpo. Permite atingir uma maior flexibilidade e agilidade de movimentos, favorecendo um parto menos doloroso e mais rápido. Este tipo de exercícios não deve ser iniciado antes do quarto mês de gravidez.

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PILATES
> O pilates é uma prática com exercícios orientados para reequilibrar o organismo,
especialmente a posição da coluna vertebral que, durante a gravidez, tende a avançar como consequência do peso do ventre, causando dor de costas. Os movimentos do pilates fortalecem o períneo e fomentam uma respiração correta, muito importante durante o parto. É recomendável começar esta atividade a partir do quarto mês da gravidez.

YOGA PRÉ-NATAL
> Muitas das técnicas utilizadas hoje em dia na preparação para o parto são provenientes desta antiga disciplina. Durante a gravidez, o yoga permite-lhe atingir um maior conhecimento sobre o seu corpo através de movimentos, respiração e visualização. Alguns exercícios ajudam a alongar o períneo, o que facilita a descida do bebé. No parto, o trabalho realizado com o yoga estimula a distensão e a abertura. Entre uma contração e a seguinte, a futura mãe aprende a encontrar a força interior e o equilíbrio. Pode começar a praticar yoga a partir do quarto mês de gestação.

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HIDROGINÁSTICA
> O movimento na água melhora a capacidade respiratória, o tónus muscular e cardiovascular, reduzindo a sensação de pernas inchadas, aliviando a dor das articulações e melhorando o trânsito intestinal. Se a temperatura da piscina for adequada, por volta de 33-34ºC, a água quente gera um bem-estar provocado pela libertação de endorfinas. Pode praticar hidroginástica em qualquer fase da gestação.

TAI CHI
> De origem chinesa, o tai chi é um tipo de dança em câmara lenta e baseia-se em sequências de movimentos simples, fluidos, lentos e harmónicos; uma reminiscência dos elementos da natureza. Ajuda a encontrar a calma e tranquilidade, distendendo as articulações e aliviando a tensão. Muitas vezes, a coreografia é acompanhada de música agradável. O tai chi é extremamente útil para o parto, pois torna possível atingir uma serenidade muito valiosa no momento de dar à luz. Pode ser praticado em qualquer etapa da gravidez.

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DANÇA DO VENTRE
> Trata-se de uma dança poderosa e muito sensual proveniente do Médio Oriente. Melhora os movimentos corporais e a postura, alternando movimentos suaves e lentos com outros mais enérgicos. Permite aumentar a mobilidade da pélvis, exercita o solo pélvico e fortalece os abdominais e os glúteos. No parto, os movimentos aprendidos com a dança do ventre podem ser usados para uma melhor rotação, flexão e expulsão do feto. É recomendável começar esta atividade a partir do quarto mês da gestação.

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OBRIGADO POR NOS LER
Receberá o próximo número
da revista na semana que vem

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